7.10.05

Índios ocupam fábrica da Aracruz Celulose

Dia 6 de outubro de 2005: os índios ocuparam a fábrica Aracruz Celulose! Porquê?

É um conflito que se arrasta a muito tempo e envolve além de uma briga judicial um choque entre duas culturas distintas.

Os índios alegam inúmeros prejuízos desde a instalação da multinacional na cidade de Aracruz. Segundo eles, a monocultura do eucalipto teria secado rios, desaparecido com a fauna e tornado os silvícolas muito dependentes da empresa.

A Aracruz Celulose se defende dizendo que cumpre rigorosamente a legislação ambiental e que tem diversos programas de geração de renda para os índios. Mas o índio não quer dinheiro. O índio não quer apito. O índio quer terra. Terras que historicamente pertencem a eles, mas que hoje são de posse da corporação.

A empresa novamente se defende apresentando os certificados de posse e a cadeia sucessória das áreas reivindicadas, provando que não comprou nada do índios. Mas onde já se viu índigenas registrando terras?
Os 11 mil hectares ocupados em maio pelas 7 tribos de Aracruz eram território indígena pentencentes à União. Segundo o artigo 232 da Constituição Federal, estas terras são "inalienáveis", inegociáveis. Ou seja, qualquer acordo feito não por elas não tem nenhum valor legal.

Em 1995 foi criado um Grupo de Trablalho a pedido da FUNAI e do Ministério da Justiça. Foram reconhecidos aproximadamente 14 mil hectares de posse da empresa como território "imemorial" indígena. Mas em 1997, o então Ministro da Justiça, Íris Rezende, não reconheceu o estudo, dizendo que era insuficiente.
Os índios então começaram um processo de demarcação que foi fortemente reprimido pela Polícia Federal. Foi assinado um acordo em que pouco mais de 2 mil hectares foram "doados" aos nativos.
Só em 2005 eles conseguiriam se organizar o suficiente para enfrentar a luta pelas terras. Derrubaram os eucalitos e estão recriando a Aldeia de Olho D'água. Mesmo dominando o território reivindicado, os índios ocuparam a sede da Aracruz Celulos. Exigem um posicionamento urgente do Ministro da Justiça Márcio Thomás Bastos para que possam ter a posse legal e definitiva dos 11 mil hectares.

Davi x Golias

É um duelo desigual. A Aracruz Celulose é uma multinacional controlada majoritariamente por três grandes conglomerados financeiros (Safra, Votorantim e Lorentzen) e pelo BNDES. Trata-se da maior produtora de celulose branqueada do mundo. É a terceira maior doadora de campanhas eleitorais do país, geradora de impostos aos cofres públicos, tem grande influência política. Também tem advogados competentes.

Os índios tem como principal trunfo a união e a organização. Parecem estar dispostos a lutar até a morte pelas terras. Contam com apoio de entidades sem fins-lucrativos, mas possuem toda a autonomia para tomar as decisões. A FUNAI, que deveria ser aliada, é uma incógnita, pois já prejudicou a causa índigena várias vezes no passado.

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Uma empresa multinaconal q exporta 98% do que produz duela com os índios, povo nativo massacrado em 500 anos de história.
De um lado ternos, pastas, mandados, dinheiro, poder. Do outro urucum, lanças, penas, cultura nativa, luta por dignidade.

E você, de que lado está?

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2 Gritos:

Blogger Vitor Taveira said...

opa!
soh pra testar msm

11:23  
Blogger Vitor Taveira said...

no ultimo paragrafo leia-se mandados (e nao mandatos)
drrrrrrr
bloggueiro burro!

14:38  

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