4.11.05

Vamos patentear o mensalão!!!

Apesar da expressão "mensalão" ter sido cunhada esse ano nas denúncias do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), a prática de tal ato de corrupção já ocorria no Espírito Santo desde 1998.

Conquanto ambos os casos envolvam o pagamento de valores em dinheiro a membros do poder Legislativo em troca de apoio político, convém observar algumas distinções.

No escândalo federal, os corruptores estavam ligados as poder Executivo, que buscava apoio na Câmara para aprovar seus projetos. Os comparsas da operação, como o empresário Marcos Valério, recebiam com vultosas quantias em dinheiro. A grana teria sido desviada de órgãos estatais, como os Correios, Furnas e Petrobás, e lavada com ajuda de empresas privadas.

Por aqui as coisas eram ainda mais toscas. O Legislativo comprava o Legislativo. A farra era promovida pelo presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz. Dando dinheiro aos outros deputados, Gratz ganhava apoio para continuar seus desmandos e desvios de dinheiro público. Dessa vez, a verba saía da própria Assembléia com suposto destino a assossiações. A "bufunfa" era depositada na conta dos denunciados ou da empresa Lineart, que a repassava para os beneficiados.

Seja roubar para governar ou roubar pra continuar roubando, se essa prática não for coibida através de fiscalização intensa das verbas públicas e da punição rigorosa dos que valeram-se dela, corremos o risco de que esse neologismo passe a fazer parte dos nossos léxicos.
Dos dicionários da língua brasileira (e não da portuguesa, que num tem nada a ver com nossas falcatruas). Dicionários de um país tropical, abençoado por Deus e corrupto por natureza. Que beleza! Ou que tristeza?

1 Gritos:

Anonymous Anônimo said...

eu como um bom lusitano, fico grato de vc ter dito q esses neologismos "políticos" não fazem parte da língua de camões.. fazendo parte sim da linguagem "brasileira".. por ser algo tão corriqueiro por aki.. =D

00:22  

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