14.7.06

Como é que você ainda acredita no PT? II

"O PT surgiu como uma necessidade dos/as trabalhadores/as brasileiros/as de se organizar e lutar contra um sistema que explora e exclui e que não respondeu às necessidades do povo.
(...) necessidade desses/as trabalhadores/as se organizarem em um instrumento que aglutinasse todas as forças políticas de esquerda e progressista que existia na época. "

"É bom lembrar também que o foi algo novo no mundo. Porque não repetiu o modelo da URSS, como os partidos comunistas brasileiros PCdoB, PCB. Foi uma experiência nova, criada pelos trabalhadores/as para os/as trabalhadores/as, e o resto da historia você conhece: as lutas, as manifestações, entre outras tantas coisas em prol da classe."

"Como o PT reuniu muita gente, reuniu também muitas opiniões, começou a surgir as tendências (...) E foi criando um grupo muito grande e outros muito pequenos. Esse grupo grande (..,) se partiu em meados de 93. Surgiram dois grupos a partir desse: a Unidade na Luta (Campo Majoritário) e a AE (Articulação de Esquerda)
O primeiro, UL, conquistou o PT de vez no congresso de 94. É o mesmo grupo de Zé Dirceu, LULA, Mercadante, Marta, Dilma. E de lá ate 2004 eles só fizeram crescer. O que aconteceu com isso é que foi se criando uma maioria muito grande onde eles conseguiram ter mais de 50% da direção do partido. Com isso, impulsionado por esse grupo, o PT passou a dar mais valor a disputa institucional (disputar as eleições) do que a organização das massas, da classe, do povo."

"Enfim, o PT se tornou um partido grande, que tinha condições de disputar o poder com as elites e foi-se deixando de lado os movimentos socais ( é importante lembrar que o PT surgiu para aglutinar as massas e através dela romper com o capitalismo e lutar pelo socialismo. E enquanto não chega as condições necessárias para que isso aconteça, disputar a institucionalidade, para representar os movimentos sociais nos espaços contraditórios, no caso o parlamento e o poder executivo).
(...) Aí o PT chega à presidência, mas não ao poder de fato, já que só elegeu 17% do congresso. Aí surgiu dentro do PT uma tal de governabilidade, e a UL priorizou o fisiologismo do congresso para governar o Brasil em detrimento dos movimentos sociais"

"(...) a crise vivida pelo governo LULA é, na verdade, um episódio marcante da luta de classes no país. Como nunca antes na história. E sabemos muito bem de que lado a grande mídia vai ficar, no lado que a interessa, no lado que a mantém poderosa, no lado do grande capital (...) O ataque ao governo e ao PT assumiu um tom de fúria, como nunca antes visto. "

"(...)a crise como ela é apresentada não existe, num estou dizendo que não houve corrupção, ela existe sim, mas a crise nos moldes que vemos através da grande mídia, foi criada num momento que alguns julgaram interessante inventá-la."

"Quer dizer, é na verdade, um produto midiático que avassalou a sociedade brasileira inteira, querendo fazer parecer que o PT é igual aos outros partidos, quando não é, a cúpula partidária cometeu erros abomináveis, mas quem faz o partido de verdade, que é a militância, o povo organizado, nada sabiam e não tinha a ver com o que aconteceu."

"Continuo no PT por achar que ele ainda é um instrumento de aglutinar as massas, a base petista existe e opera nos movimentos sociais, onde houver um movimento social de verdade, propondo mudanças, a base petista estará lá
Então, como participante dos movimentos sociais, como critico do capitalismo e da ideologia dominante, critico do neoliberalismo, como almejo um modelo socialista, humano, igualitário e sem explorados nem exploradores, continuo a ser petista, isso é ser petista."

"Infelizmente a direção partidária começou a dar maior importância as eleições e esqueceu os militantes, mas luto para que essa lógica seja invertida novamente.
Sei também que o PT é o acumulo da classe trabalhadora brasileira e que não está fadado a ser eterno, mas que seu ciclo enquanto organizador das massas ainda não acabou."

"Ora pois, quando os movimentos sociais tem algum projeto pra apresentar no congresso, ou ate mesmo na câmara de vereadores de Maceió procura quem? Um deputado, senador, vereador petista. Qual o partido consegue dialogar com as massas? Com a classe? O PT."

"Então, companheiro, porque abandonar assim esse partido? Porque não lutar por ele? Por esse instrumento de luta? Porque não disputa-lo internamente? E se eu sair do PT, pra onde eu vou? Pro PSTU? Que já existe a mais de 12 anos e que não consegue ter inserção nas massas? Pro PSOL que já nasce com todos os erros e vícios do PT?
E pior, nasceu de parlamentares e uma senadora, resumindo, já nasceu de pessoas entregues a institucioanlidade, já nasceu no Congresso corrupto e fisiologista.
Não há alternativa viável nesse momento."

"Por isso luto. PORQUE O PARTIDO É DOS TRABALHADORES, O PARTIDO É DAS TRABALHADORAS. É gay, negro, feminista, democrático, socialista,classista e de luta."
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