A festa de aniversário de um ano de idade é, sem dúvidas, um dos melhores retratos da imbecilidade humana. Apesar de serem os filhos que fazem anos, parece que os pais organizam a solenidade para eles mesmos. É um momento inesquecível...para os pais, não para os filhos (ou alguém se lembra de como foi a sua?). Enquanto os marmanjos bebem cerveja e jogam conversa fora, o pimpolho não faz a menor idéia de que, desde que foi concebido, o planeta Terra já realizou uma órbita completa ao redor do sol.
Não bastasse o fato de não saber o que está acontecendo, a pobre criança (que, por sinal, é a homenageada do dia) é proibida de desfrutar do que há de melhor no recinto. Ao invés de saborear o refrigerante geladinho, os salgadinhos apetitosos e os docinhos que dão água na boca, o aniversariante tem que tomar leite ou comer a famosa “papinha” que sua mãe lhe dá. Mas o pior ainda está por vir! O nenê, morrendo de sono e incomodado por aquele desconfortável chapéuzinho de festa, é obrigado a ficar horas tirando fotos com todos os convidados, enquanto os adultos bobões regressam à infância fazendo caretas ridículas para tentar pôr um sorriso no rosto do desanimado bebê.
O atentado ao livre-arbítrio infantil, entretanto, não pára por aí. Há sempre aquele cara que dá uma camisa do Flamengo, uma bola do Corinthians, um babador do Cruzeiro ou um boné do Grêmio de presente ao menino. É uma clara tentativa de influenciar na escolha do pequerrucho antes mesmo dele saber e entender o que é futebol.
Bom, eu já tive meu primeiro aniversário e, sinceramente, não faço a menor idéia do que ocorreu no dia em que deixei de ter 364 dias para ter...1 ano (Oh! Que grande transição). Mas tenho certeza que farei belas festas quando meus filhos atingirem essa idade. Não por eles, mas por mim; afinal, eu também sou humano. E ser humano é, antes de tudo, ser egoísta e privilegiar as suas vontades pessoais em detrimento da vontade dos que têm menos poder que você.
Aliás, com o estímulo do individualismo e do consumismo pelo sistema capitalista, a tendência é queas celebrações do primeiro ano de vida sejam cada vez mais constantes e luxuosas, repletas de canapês, croissants e champagnes de primeira qualidade. Portanto, se você fizer uma para seu filho, ou melhor, para você mesmo não se esqueça de me chamar, viu?
Não entendo o mundo.
AH...Eu num tive festa de aniversário de um ano...será q foi um ato de anti-individualismo dos meus pais? Mesmo assim, se for, me usaram para protestar contra a sociedade capitalista quando eu nem sabia o q era capitalismo...Isso tb naum atenta contra o livre- arbítrio infantil?
Vou conversar c a minha mãe sobre isso...
Ô Manhê....
aauieuhauieiahieuheiaeuahea
aiai
to rindo muito do coment da leticia!
aeuhauiheaueaiheuihaeai
caralho... meu filho tá ferrado... quando ele fizer um ano ele vai apanhar... tb não acho q é esse individualismo todo por parte dos pais naum... no mew niver de um ano (q por sinal eu nao me lembro kkk), que tá gravado numa fita de VCR, tinha um monte de muleke da minha idade... pude confraternizar com eles (apesar de não ter a mínima noção de nada). Mas é isso ae... crônicas rule!
Vitinho! depois de shrek acabar com o padrão de princesa, você acaba de desmitificar as festas de um ano. Bem, eu tive festa de um ano. Pelo que não me lembro, mas me conto me diverti bastante. Tinha muita música e amigos dos meus pais. é interessante pensar na sua proposta. A sociedade prima tanto pela visibilidade que desde o primeiro aninho é preciso ser inserido no grupo, mesmo que esse ritual não seja compreendido pelo pequerrucho. Valeu, muito bom! Boa sorte com as próximas postagens, ju