"O presídio é a lata de lixo social"
As fotos revelavam fatos que todos pareciam já saber: a precariedade do sistema carcerário capixaba e os maus-tratos aos presidiários. A frase que intitula esse texto, proferida posteriormente pelo professor Júlio Pompeu, sintetiza o modelo carcerário atual. Depois da exibição de algumas fotografias em um telão iniciou-se a palestra para as poucas mas interessadas pessoas que se dispunham a estar na Ufes sexta-feira à noite, horas antes do início de uma festa que haveria ali ao lado.
O tema era Mídia, Segurança Pública e Direitos Humanos. Infelizmente, os principais atores da polêmica que motivara a promoção desse debate não entrariam em cena. Isabel Lacerda, militante da Pastoral Carcerária, apontada na imprensa como aliada do crime organizado depois da divulgação de gravações de conversas suas com presos, não pôde comparecer. Marcus Monteiro, jornalista de A Gazeta que escreveu algumas das matérias sobre a militante, havia confirmado presença por telefone e e-mail mas cancelou de última hora alegando que não foi autorizado pela editora do jornal.
Apesar desse ponto fatual ter sido deixado um pouco de lado devido às ausências, o debate não deixou de ser bastante interessante.
O tema era Mídia, Segurança Pública e Direitos Humanos. Infelizmente, os principais atores da polêmica que motivara a promoção desse debate não entrariam em cena. Isabel Lacerda, militante da Pastoral Carcerária, apontada na imprensa como aliada do crime organizado depois da divulgação de gravações de conversas suas com presos, não pôde comparecer. Marcus Monteiro, jornalista de A Gazeta que escreveu algumas das matérias sobre a militante, havia confirmado presença por telefone e e-mail mas cancelou de última hora alegando que não foi autorizado pela editora do jornal.
Apesar desse ponto fatual ter sido deixado um pouco de lado devido às ausências, o debate não deixou de ser bastante interessante.
(Continua...)
A confusão começa quando se categoriza os desviantes da lei e da "boa conduta" como marginais e bandidos, criando uma diferença entre eles e os "homens de bem" a ponto de a violência contra aqueles, seja ela real ou simbólica, ser legitimada pelas pessoas comuns e, muitas vezes, pelo Estado. Some-se a isso uma mídia que, atropelada pelos interesses econômicos, embaralha os acontecimentos e escolhe aqueles que causarão mais conforto e aceitação do fato, que necessariamente a indagação/indignação do seu leitor. E para completar, o "esse problema não é meu" das esferas públicas de governo que provoca um empurra-empurra das soluções.
O resultado disso tudo? Seres humanos que ou aceitam a situação ou que tentam à sua maneira sair de uma condição sub humana.
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1- me parece que a desigualdade eh inerente ao sistema capitalista, especialmente na sua versao neoliberal. Aliás, é pré-requisito para o desenvolvimento. E o que se tem visto é uma concentraçao de riquezas cada vez maior atraves das fusoes, holdings, etc. Aos pobres resta a responsabilidade social, um marketing em forma de esmola travestido com um nome aprazivel.
Mas ai voce vai contra-argumentar que isso eh culpa dos comunistas que nao deixam o capitalismo desenvolver todo seu potencial. Ou entao que tem q ser assim, que em nome do progresso deve-se eliminar os inúteis ao sistema... Entao deixa pra lá....
2- a crítica nao é especifica ao governo Lula,OBVIAMENTE. Vale pras gestoes anteriores e atuais no país e especialmente no estado do espirito santo, onde sabemos que a situçao é CAÓTICA!
Quanto aos bandidos perigosos...
"Tem que saber separa o joio do trigo", como diria Jesus Crhist, o 1° socialista.
E isso ta explicito na fala do Isaias Santana
Obs: Laércio você é um velho.
po.. só tava apelando um pouco pro Chavismo!
Heloisa Helena diria o mesmo, pq "capitalista vira churrascquinho do demônio"
=p
Laércio, é claro que a pobreza é importante para o desenvolvimento do capitalismo. O que seria da Europa e dos EUA não fossem Indonésia, Taiwan, Malásia, cia??
Certamente, a Nike não seria o que é.
Outra coisa, pode prender quantos bandidos você quiser que a violência, mantido o estado das coisas, vai continuar. Aqui não estamos tratando do bandido clássico, que atua sozinho ou em pequenas quadrilhas. Estamos falando dá indústria do tráfico. Não existem nichos de mercado desocupados, prender traficantes logo abre espaço para outros entrarem.
É a questão ideológica desse famoso mundo neoliberal (ou pós-moderno, como queira). Quem tem fé na salvação divina, faz alguns sacrifícios em vida para atingir o paraiso na eternidade. Para a maioria das pessoas, a salvação é a satisfação da vaidade. Somos convencidos de que sucesso é ter celular que faz videozinhos, carro com rodas de liga cromadas e outras futilidades. Pra que se matar de trabalhar e ganhar merrequinhas a vida toda se é possível garantir momentos de euforia.
O risco de ser preso assusta? Bom, todo traficante sabe que já estão condenados à morte antes de atingir os trinta.
Mas pra que envelhecer? Pra ser um inútil, feio, pobre? Existe lugar para pobre? para velho? Então pra que sê-lo?