A crise produzida pela mídia
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Estiveram discutindo no auditório do IC-4, na UFES, os professores Alexandre Curtiss (do departamento de Comunicação Social) e Mauro Petersem (departamento de Ciências Sociais).
Depois de uma contextualização da sociedade atual, ambos criticaram a grande mídia por estar atrelada ao grande capital. Isso gera a defesa dos interesses corporativos e da ideologia neoliberal. Curtiss afirmou que qualquer proposta que vá de encontro a esses interesses é rechaçada com veemência pela grande imprensa, quase sempre através de preconceitos e desqualificação de uma visão diferente da sua.
Quando criticada, ela se defende sempre com o mesmo argumento: atentado à liberdade de imprensa. Um grande sofisma. É preciso que se crie leis, não para censurar, mas evitar tantos abusos.
O professor Petersem fez exposição de diversas capas da revista Veja. A maioria ridicularizando a esquerda brasileira. Mostrou as capas das semanas próximas das eleições e da posse (antes e depois) de Lula. É impressionante. Ele conclui que o discurso já estava montado, só faltava acontecer algo errado para que a mídia atacasse.
Curtiss diz que a crise foi uma produção midiática. Não que os fatos tenham sido inventados, pois ocorreram de fato. Mas a transformação disso num imenso espetáculo foi feito pela imprensa. Ele ressaltou o "agenda setting", poder que o jornalismo tem de pautar a sociedade.
Foi consenso que o caminho para mudar a situação é extremamente difícil. Para Curtiss, seria necessário criar um plano de comunicação que ao menos "pulverizasse" o poder dos meios de comunicação hegemônicos e permitisse que a mídia alternativa se desenvolvesse.
Achop q só tem o seu relato sobre esse acontecimento. Nem a mídia deu! Muito bom!
Pena que tanto Curtiss como Petersen defenderam o governo Lula...