16.11.05

Agir sem pensar

Pra que serve o desenvolvimento tecnológico? Você já se perguntou isso? A maioria talvez não. Como assim “pra que”? Você não quer o desenvolvimento tecnológico? A resposta pode ser: “para trazer mais qualidade de vida ao ser humano”. Mas tem prestado esse serviço? Nas universidades, produz-se muito sem parar fazer esse questionamentos.

Ciência e cultura
Uma nova descoberta é realizada. Os rostos da equipe de pesquisadores estampam a satisfação de dar à humanidade um conhecimento libertador. Em várias partes do mundo, diferentes segmentos resistem à essa tecnologia. Segue-se o discurso tecnocrata de que as pessoas têm medo do novo. Ignora-se que essa novidade está ferindo valores fundamentam de diferentes culturas e esses estão apenas tentando preservar suas referências. Afirmação cômoda dos cidadãos urbanos do ocidente, que têm na modernidade a base de seus valores, em que as novidades são ansiosamente aguardadas. Parece até que a mesma tecnologia se encaixa do mesmo modo em qualquer lugar. Faltou refletir sobre o “pra que” das pesquisas.

Ciência e sociedade
A tecnologia é fruto do patrocínio do capital e seu desenvolvimento se vincula ao do capitalismo. Não prestaria, logo, um outro serviço que não fosse para o próprio capital.
Uma nova descoberta é logo usada na invenção de uma nova mercadoria. Leva qualidade de vida somente àqueles que podem compra-la. Futuramente se tornará acessível ao público geral, mas ainda na condição de que gere lucro ao capital. E mais, quando esse momento chegar, existirão outras novas tecnologias restrita aos endinheirados. Haverá sempre novos produtos para classes dominantes se estabelecerem simbolicamente com tais por sua capacidade de consumi-los.
O capitalismo é o promovedor da ciência que irá servir para que ele próprio se consolide. Difícil pensar uma outra sociedade capaz de promover o conhecimento com tanta força como no capitalismo. Mas a ciência nos tem servido plenamente nesse modelo?

Pra que você faz/fez seu curso superior?

3 Gritos:

Blogger Billie Wonder said...

sinceramente? visto o padrão de educação do brasil (não to falando da qualidade, e sim do "meio" q se educa - isso eu discuto otra hora se possível, pq é beeem longa as explicações), eu só to fazendo meu curso superior para ter diploma. =]

22:46  
Blogger Fabio Malini said...

davi, discordo em parte com vc. Claro que o capital tenta torna a atividade viva do trabalho em trabalho morto, em máquinas...

Mas a invenção delas não é fruto do capital, mas do espírito humano. Além disso, tecnologia é uma definição que vai além das máquinas...

A invenção é anterior ao capital. O capital é um vampiro.

Veja o blog... quem criou não foi o K. O Skype tb. O ICQ tb. A questão é que o capital é um vampiraço...

Logo... não se curve a moral do escravo... se torne senhor...

he he he

malini
PS: vejo o caso da cidade de pirais/rj. Lá todos tem acesso a web.

18:54  
Anonymous Anônimo said...

Voce simplificou muito a situação da ciência, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia.

Isso tudo traz sim o novo, mais pra uns e menos pra outros, mas o problema não está na tecnologia em si, mas sim no acesso. Assim como o acesso a qualquer coisa é limitado pelo poder de compra da pessoa, o acesso a novas tecnologias também é . Se fossemos seguir seu pensamento, um plantador de grãos não está fazendo direito seu trabalho pois só os endinheirados tem acesso a tal comida. O fazendeiro teria de repensar sua profissão... O problema não está na profissão, mas sim no sistema que a ciência, que os fazendeiros e todos meios de produção estão inseridos.

Existe ainda a ciência pela ciência. Pesquisas de ponta, sem perpectiva nenhuma de gerar lucro ou novos produtos, remédios ou coisas assim. A ciência, a pesquisa, apenas pelo conhecimento, o resto é consequência.

E não podemos negar que tecnologia traz um benefício direto pra quem tem (a internet pra nós) e indireto pra toda sociedade (estamos discutindo toda a sociedade agora, não estamos?).

10:59  

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