A TV que você não vê na TV
No entanto, o ministro das Comunicações Hélio Costa coloca as empresas como principais interessadas na transição de modelo, como a principal mudança fosse apenas uma melhoria na definição da imagem. Quando esteve no programa Roda Viva, Costa elogiou muito as pesquisas feitas no Brasil, que trouxeram muitas inovações. Porém, ele e os teledifusores apontam que há uma certa urgência em escolher o modelo (que no caso seria o japonês). Balela.
O sistema japonês não possibilitará o aumento do número de canais, o que é perfeito para aqueles que já têm as concessões públicas e pretendem manter o oligopólio da televisão no Brasil. Se os pesquisadores estão tendo tanto sucesso porque não investir num sistema nacional? Ou pelo menos investir no desenvolvimento de um modelo que adapte o que foi desenvolvido em outros países à realidade brasileira?
Uma decisão precipitada pode ser determinante para a manter da concentração dos meios de comunicação no Brasil.
A mídia pouco fala do assunto e quanto fala é bem superficial. A sociedade em geral está alheia e não faz idéia das mudanças que podem ocorrer. É importante amplificar esse debate pois trata-se de um momento histórico. Como disse Gustavo Gindre em debate na Ufes, temos que lutar para que mesmo se perdermos deixemos uma marca e no futuram possas dizer: "olha lá, eles tinham outras propostas, poderia ser diferente".
- Empresários e sociedade civil divergem em debate no Congresso (Agência Carta Maior)