28.2.07

US$ 50 para quem encontrar o "imigrante ilegal"

Um grupo de estudantes da Universidade de Nova York está sendo criticado por ter organizado uma brincadeira em que as pessoas teriam que encontrar, em meio a uma multidão, um imigrante ilegal escondido.

Na brincadeira, que seria realizada nesta quinta-feira no parque Washington Square de Nova York, os participantes deveriam assumir o papel de fiscais da imigração e tentar encontrar um estudante com um crachá que o identificaria como “imigrante ilegal”.

De acordo com o jornal “New York Daily News”, os organizadores do evento – estudantes da universidade e membros de um clube de simpatizantes do Partido Republicano – foram “bombardeados” com e-mails que dizem que o passatempo é “racista” e “nojento”.
Segundo o jornal, 600 estudantes iriam realizar um protesto contra a brincadeira.

“Precisamos mostrar que esse tipo de ação racista é completamente inaceitável”, diz uma mensagem dos organizadores do protesto em um site de recados para estudantes da Universidade.

“Não é um evento racista, em primeiro lugar”, disse ao jornal Sarah Chambers, presidente do clube. “Nós não somos racistas só porque não queremos que imigrantes ilegais possam ignorar completamente as leis de nosso país.”

Chambers, porém, admitiu que a brincadeira é provocadora e tem o objetivo de chamar a atenção para a questão da imigração ilegal, estimulando o debate sobre o assunto.
Na brincadeira, o aluno que encontra o “imigrante ilegal” (na verdade, um membro do clube republicano), ganha um vale-brinde de US$ 50.

Via Jornal Brazil On line.

26.2.07

Sobre a anti – democracia da democracia

Os reveses daqueles que chegam ao poder e “esquecem” seus “ideais” e as voltas que as leis e os mecanismos da própria democracia permitem suscitam certa descrença naqueles que se encontram inseridos como mecanismos desses mesmos fenômenos, ou seja, nós.

É a democracia em si mesma anti – democrática, permitindo que poucos usurpem o poder em benefício próprio, ou são os tais detentores do poder que usurpam todo o potencial democrático da democracia em proveito próprio? Ou seriam as duas coisas?

Uma resposta daquelas que encerram as questões sem nada esclarecer poderia ser: o problema é que “a democracia de verdade” ainda não foi implantada.

É claro, assim como o “socialismo de verdade” e o “liberalismo de verdade”.

Não creio que isso leve alguém a algum lugar. A guerra entre ideologias também não parece oferecer uma saída decente.

O trecho a seguir, do livro Glob(AL) – Biopoder e luta em uma América Latina Globalizada, de Giuseppe Cocco e Antonio Negri, é um exemplo da primeira questão, sobre os males que a democracia causa a si:

“Na realidade, o poder é sempre corrupto, pois é fruto da corrupção da democracia, de sua limitação, de sua despotencialização, ou seja, da redução da potência de muitos ao poder de poucos (mecanismo fundamental da soberania hobbesiana que a democracia representativa confirma e legitima). O poder nasce da corrupção!”

Quanto à segunda questão, se os detentores do poder são os “culpados” por tudo de errado que a democracia parece encerrar, temos aqui um trecho, via Polimidia, que por sua vez o colheu no Ex-blog do César Maia:

“Sempre agitam a ilusão prévia de libertação, que logo se corrompe com assassinatos, campos de concentração e tirania. Pareceria que continuavam lançando chispas à maldição etimológica, porque em vez de conduzir ao futuro, a tração é para trás, em direção aos males que pretendia corrigir. Muda a decoração e os atores. Mas não o roteiro.”

Seriam essas as premissas básicas da democracia?Um sistema corrupto que existe apenas para beneficiar os poucos que alcançam o poder por meio de falsas promessas?

Continua...

25.2.07

(in) Justiça Trabalhista *

*José Paulo Hupfer, do no minimo

Todo mundo sabe que, no Brasil, quando o negócio é empurrar um assunto importante com a barriga, cria-se uma comissão para estudá-lo e, meses depois, oferecer um diagnóstico. Nem todos, porém, já se deram conta de que há outras maneiras de não sair do lugar, dando a impressão de que se está suando a camisa para emplacar mudanças.

Uma dessas maneiras, uma das melhores em circulação, é a das reformas. Para que nada mude mesmo, as reformas reclamadas devem ser, de preferência, completas, abrangentes, gerais e originais. Política, tributária, trabalhista, previdenciária, do Judiciário, penitenciária, do Estatuto da Criança e do Adolescente, sindical e mais uma penca de etecéteras – haja reforma para consertar o Brasil.

A Justiça do Trabalho é um bom exemplo do que se está querendo destacar.

(...)

Dizem os doutos que o quadro caótico da Justiça trabalhista é conseqüência da má qualidade da legislação – anacrônica, ultrapassada, detalhista, irreal. Conclusão dos sábios: é urgente reformar a legislação trabalhista e adequá-las ao mundo moderno e globalizado.

O problema, segundo eles, não é o mau funcionamento da Justiça, mas uma legislação com direitos demais. A lógica é irretocável: menos direitos menos demandas. Será?

(...)

Em outros países existe a figura da arbitragem, que resolve conflitos antes da instância judicial. É por isso – e nem tanto pela legislação mais “flexível” – que o número de demandas na Justiça é muito inferior ao registrado no Brasil.

Leia o texto na íntegra aqui.

23.2.07

Wikipedia é banida como fonte para trabalhos escolares

Após a constatação de erros em citações da Wikipedia nos trabalhos dos alunos, professores da Universidade de Middlebury (Vermont, EUA) decidiram proibir a utilização da enciclopédia on line como fonte. A informação é do New York Times e foi publicada também pelo G1 .

Os alunos argumentaram que o uso da Wikipedia era comum no ensino médio, por isso achavam que não haveria problemas.

A Universidade não proibiu a consulta ao site, que conta com 38 milhões de usuários em sua versão em inglês, mas as citações estão banidas. Uma discussão sobre a nova medida está marcada para a próxima segunda-feira (26), com palestrantes para defender e criticar o uso do site nas pesquisas.

Jimmy Wales, co-fundador da Wikipedia, vê a decisão de forma positiva. “Basicamente, eles estão recomendando exatamente o que nós sugerimos – estudantes não devem citar enciclopédias. Eu espero que eles também não citem a Enciclopédia Britânica (...) Se eles tivessem proibido a leitura da Wikipedia, eu estaria rindo. Seria como dizer para não escutar rock”.

Enquanto a Middlebury debate e se debate com a Wikipedia, outras universidades americanas a adotam para incrementar o ensino, pedindo para que seus alunos publiquem os trabalhos na página ou que editem artigos de acordo com o que aprenderam nas aulas.

21.2.07

Volver: Humano, demasiado humano


Humano. O último trabalho de Almodóvar poderia assim ser descrito, caso apenas uma palavra pudesse ser utilizada para tanto. Muito já se falou sobre "Volver", que estreou na Espanha em março de 2006 e no Brasil no final do mesmo ano.

Depois de ler muitas críticas positivas, foi com muita expectativa que esperei a "onda" passar para assistir ao filme em um cinema meio vazio. É a Curva das Expectativas Flutuantes, como diria o Zeca Camargo. Não foi uma espera frustrante.

"Volver" é uma trama baseada na história de cinco mulheres; o relacionamento entre mãe, filhas, irmãs e vizinha, permeado pelo ambiente de uma pequena aldeia espanhola e seus habitantes supersticiosos que convivem com a morte da forma mais natural possível (Leia aqui a sinopse). Um drama mesclado de humor sutil. Humano, demasiado humano.
Veja o Trailer do filme:

O dinheiro vai acabar *


*Pedro Doria, do no minimo

No início do mês, a SK Telecom, principal operadora de celulares da Coréia do Sul, anunciou um serviço de pagamento por telefone que pretende atingir, na primeira etapa, 30.000 usuários. Não é muito, mas é uma experiência. No Japão, o tipo de uso é rotina.

Funciona assim: o sujeito passa seu celular por um leitor – não diferente de um leitor de passe de ônibus ou metrô – e ele emite um sinal. Conta paga. Pode ser o transporte, o supermercado, o jornal – até o restaurante. Não carece esperar tirar dinheiro da carteira, esperar o troco, dar um pulo lá dentro para digitar a senha ou assinar um boleto.

As principais bandeiras de cartões de crédito, Visa e MasterCard, estão firmando parcerias na Europa, EUA e meia Ásia para movimentar este tipo de transação. Não à toa.
Celulares são vistos como o melhor dinheiro eletrônico que pode existir. Quase todo mundo, até numa vila pobre da África, tem acesso a celular. É o pequeno computador mais disseminado no mundo. Quem tem celular, tem crédito. Ou porque paga a conta no fim do mês ou porque compra adiantado.

Celular, para o dono do dinheiro, é mais prático. Diferentemente de cartão de crédito, dá para checar o saldo e o total gasto na hora. Dá para programar limites por conta própria.
É também mais seguro. Uma ligação para a operadora envia, na hora, um sinal que bloqueia os gastos.


Leia aqui o artigo completo.

16.2.07

Pausa para o Carnaval


Leitores, (tem alguém aí?, rs) este blog estará descansando durante o carnaval.


Volta na quarta-feira de cinzas.
Ps: não posso responder aos comentários por algum estranho motivo que só o Blogger conhece.

15.2.07

Empresas irresponsáveis causam prejuízos ao patrimônio público

Se a lei trabalhista permite excessos, as empresas não fazem por menos. A terceirização e o processo licitatório (esse mesmo sempre citado em escândalos de corrupção) são pouco claros. As regras permitem que empresas sem idoneidade vençam os pregões e saiam por aí a dar calote nas pessoas. E lá vem outra enxurrada de processos.

Quem paga a conta? No fim das contas, é o contribuinte. Quando uma empresa terceirizada não honra seus compromissos, o ônus passa a ser de quem a contratou, na maioria das decisões judiciais. Nesse caso, os cofres de prefeituras, governos estaduais ou mesmo o federal têm que ser abertos para pagar não só o valor bruto, mas as multas decorrentes do atraso e várias outras pendências deixadas pela empresa.

Processos, movidos por sindicatos ou pelo próprio trabalhador, com advogados particulares, reclamam o pagamento de FGTS, férias e salários, além de verbas rescisórias, quando o contrato é rompido. No vagaroso andar da carruagem da justiça, ela leva anos para decretar o pagamento e o valor só aumenta.

Mas, depois de alguns anos, eles se convertem em precatórios, quando atingem cerca de sete mil reais. O Estado raramente paga precatórios e, quando isso ocorre, é em parcelas a perder de vista.

Resumo da ópera: imagine que você trabalhou por seis meses em uma empresa terceirizada. Não recebeu os salários e tão pouco os direitos trabalhistas previstos na CLT . Você acionou a justiça. Sente, espere alguns anos e quando seu dinheiro for liberado desista da maior parte do que tem a receber.

14.2.07

Brasil é campeão mundial em ações trabalhistas

Dois milhões. Esse é o número de processos trabalhistas movidos no Brasil anualmente. A informação é do site da CUT, que cita o levantamento do sociólogo José Pastore, especialista em relações do trabalho.

O dado faz do Brasil o país campeão mundial em ações trabalhistas. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos o número de processos não passa de 75 mil; na França, 70 mil; e no Japão, 2,5 mil processos.

O que explica esse podium? A falta de tentativa de acordo antes de acionar a Justiça, como poderia ocorrer com a formação de Comitês de Conciliação Prévia, medida já adotada por alçguns sindicatos. Outros motivos, claro, são os processos por motivos "triviais".

Enquanto isso, graças ao abarrotamento da Justiça do Trabalho, pessoas que não receberam se quer os salários dos dias trabalhados têm que esperar até 10 anos para ver a cor do dinheiro (quando vêem).

“Quando vejo 2 milhões de ações na Justiça, começo a achar que há alguma inadequação na nossa lei, que não foi feita para um mundo moderno, globalizado (...) avalia o advogado Almir Pazzianotto, ministro do Tribunal Superior do Trabalho até 2002. Para ele, houve uma banalização da Justiça do Trabalho no Brasil. Qualquer coisa é motivo para entrar com um processo trabalhista".

13.2.07

A Ciranda da barbaridade e da maioridade


Crime bárbaro praticado por menor. As páginas policiais, vez por outra, noticiam casos similares. Seguindo a ciranda, discussões sobre a pena de morte, devido à barbaridade do crime, e quanto à maioridade penal, devido ao autor.

Turma do deixa disso. “O problema é muito mais profundo”. Alguém aponta o que fazer. Muitos concordam. Quase todos entendem a urgência do assunto.

Fim da ciranda. Nada se fala ou se faz, até que outro crime do mesmo “calibre” aconteça.

...

O caso da criança arrastada por sete quilômetros presa a um cinto de segurança no carro dos pais, levado por bandidos, é um típico exemplo. Um caso chocante, tanto que só escrevo sobre ele agora, quando já é, em termos, notícia velha. E ainda assim, sem nada a acrescentar sobre tudo o que já se falou e se fala.

Mas, à revelia de minha interferência palpiteira-pessimista, a ciranda segue.
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