“Bom dia amigos (e não amigos) da Rede Globo!”
Assim começará hoje a transmissão da “final” do Campeonato Brasileiro de 2005, e que boa parte do Brasil estará ligada na TV para assistir, principalmente por toda a polêmica que o tem envolvido.
O campeonato desse ano foi marcado por diversos fatores anormais extra e intra-campo. Citarei apenas alguns apenas para refrescar a memória dos leitores:
o acordo multimilionário do Corínthians com um grupo de investidores internacionais; escândalos na arbitragem; uso da Justiça Comum (caso do Brasiliense no início do certame, quando até perdeu os pontos da partida para o Vasco); decisões atabalhoadas do STJD (leia-se Luis Zveiter); etc.
Mas com certeza de todos esses, a polêmica maior está com relação à anulação dos 11 jogos apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho, pelo STJD, numa tentativa de devolver a credibilidade para a disputa, após as denúncias comprovadas.
Na minha humilde opinião desde o início da polêmica
(e de diversas outras pessoas), essa anulação foi TOTALMENTE injusta e incabível, numa atitude grotesca do Presidente do STJD, Luis Zveiter. Ela acarretou em mudanças de resultados de partidas que não se sabe se fora realmente alteradas pelo escândalo da arbitragem, e de fato, foi inconclusiva nas investigações, pois não buscou outros culpados. Permanecendo naquela velha história de culpado único
(o que eu particularmente não acredito),
pois é mais fácil jogar a culpa em uma pessoa do que desbaratar todo um sistema podre, não é?
Sendo assim, chegamos na “final” da competição de uma maneira bem atípica. O líder Internacional
(sim, ele é o líder, pois reconheço o campeonato sem a anulação dos jogos, assim como a Justiça decidiu, pois o campeonato ainda está sub-júdice) está 1 ponto à frente do Corínthians no "
BRASILEIRÃO-05", enquanto o Corínthians lidera o "
ZVEITÃO-05" por 3 pontos de vantagem.
Caso o Inter prevaleça como o campeão do "Brasileirão", ele
será o campeão moral do mesmo, mesmo não o sendo "oficialmente". Assim como ocorreu com o Flamengo em 1987, sendo este o campeão "moral", e o Sport o campeão "oficial".
Apenas a torcida do time que é campeão "oficial" costuma aceitá-lo como tal, todas as outras torcidas do país reconhecem o campeão "moral" como o verdadeiro vencedor da disputa.Essa mesma comparação serve também para ser explicada pelo caso do "vencedor moral" da maratona nas Olimpíadas de Atenas, o atleta brasileiro Vandeley Cordeiro de Lima, que é parabenizado em todo o mundo como o campeão de fato da corrida, mesmo não sendo ele o campeão reconhecido pelo COI.
Resta agora aos brasileiros decidirem qual campeonato que eles assistiram e aceitam.Se é o campeonato onde os resultados foram feitos dentro de campo jogando bola, ou se é o campeonato onde os resultados foram armados nos bastidores, de formas obscuras.De qualquer forma, parabéns ao campeão de "dentro das 4 linhas" (
seja ele quem for)!